Quatro em cada dez estudantes são reprovados em seleções por não usarem o português corretamente
Um pesquisa realizada pelo Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube) demonstrou que o mau uso da língua portuguesa é determinante na desclassificação de candidatos a vagas de estágio. O levantamento foi feito durante todo o ano de 2013, com 7.118 participantes.
O estudo reuniu
informações e estatísticas importantes quanto ao desempenho dos jovens de
diferentes segmentos, áreas de atuação e de ensino. O teste ortográfico
foi aplicado na forma de ditado, com 30 palavras do cotidiano, como
"seiscentos", "escassez", "artificial",
"sucesso", "licença" e "censura". Era considerado
reprovado quem cometesse mais de sete erros. Exatos 2.888 candidatos (40,6%)
não obtiveram êxito na etapa da seleção e foram eliminados. No total, 37,9% das
mulheres não passaram. Já entre os homens, o número foi maior, 44,1%.
Um dado chamou a
atenção: quem tem idade acima de 30 anos, apresentou melhor desempenho, com
68,5% de sucesso, superando outras faixas como a de 14 a 18 anos (59,3%), 19 a 25 anos (58,9%) e 26 a 30 anos (65%).
"Impressiona o fato de os jovens, na fase da universidade, registrarem
erros graves na grafia. Apenas 25% dos brasileiros mantêm o hábito da leitura.
Com isso, o reflexo é percebido antes até de ingressarem no mercado de
trabalho. Muitos ficam pelo caminho e são excluídos das chances de construírem
uma carreira, por terem pouca intimidade com as palavras", analisa o
coordenador de seleção, Erick Sperduti.
Os alunos do
ensino médio lideram negativamente o ranking, com pior resultado nos testes
ortográficos. Em torno de 49,1% ultrapassaram as falhas aceitáveis, seguidos
dos estudantes do superior (40,3%), superior tecnólogo (38,2%) e médio técnico
(37,2%). Quem estuda em escola particular, teve desempenho pior (40,6%) se
comparados às públicas (40,2%). Já na faculdade a diferença se amplia. Cerca de
40% dos jovens das instituições privadas ficaram para trás, contra 22,5% das
municipais, estaduais ou federais.
Entre os cursos,
também foram divididos aqueles com melhores e piores índices. Com estatística
mais baixa, em quantidade de reprovados, estão os alunos de Pedagogia (86%),
Moda (75%), Secretariado Executivo (69%), Engenharia Civil (68%) e Arquitetura
e Urbanismo (64%). Na outra ponta, com maior aprovação estão Engenharia de
Controle e Automação (87,5%), Engenharia Química (82%), Medicina Veterinária
(79%), Química (77%) e Nutrição (76%).
"A prática de leitura e, principalmente, o hábito de escrever suas ideias é um bom exercício para aprimorar a linguagem e não perder boas oportunidades em provas como o Enem ou processos seletivos", ressalta Sperduti. "O desafio para os futuros profissionais não é apenas concluir o curso, mas mostrar domínio do nosso idioma. Assim, terá chances reais de ser um dos seis estudantes, em cada dez, aprovados na fase inicial de um processo seletivo", finaliza.
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"A prática de leitura e, principalmente, o hábito de escrever suas ideias é um bom exercício para aprimorar a linguagem e não perder boas oportunidades em provas como o Enem ou processos seletivos", ressalta Sperduti. "O desafio para os futuros profissionais não é apenas concluir o curso, mas mostrar domínio do nosso idioma. Assim, terá chances reais de ser um dos seis estudantes, em cada dez, aprovados na fase inicial de um processo seletivo", finaliza.
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